segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nós...


Nós;
Quando já folhas semi-amarelecidas, pertença, da majestosa árvore da vida
Tentamos a ela, de unhas e dentes, agarrar-nos a cada milésimo de segundo
Numa contínua e desleal corrida, contra sentido único e obrigatório do tempo.
Tentando assim, protelar ao máximo o nosso inevitável desprendimento
Dessa majestosa árvore, toda ela sempre repleta, duma variedade sem-fim…
De maravilhosos ramos de luz, cores, sons, fragâncias e sabores, com os quais;
Vamos dia-após-dia, alimentando esta nossa tão insaciável fome de viver!
Nós;
Embora tenhamos a consciência, que não somos folhas eternas desta bela árvore
Mas mesmo assim, aquando acometidos (e não só) por uma doença mais melindrosa  
Quase sempre o pavor do espectro da morte, facilmente apodera-se de nós
Levando-nos ao temor constante, da chegada do implacável vendaval do destino
Que todos nós sabemos que ele, sem prévio aviso…
Nos arrancará violentamente sem pejo nem comiseração, desta grandiosa árvore
Mas antes dessa rendição;
Temos como por obrigação, de acreditar, que nós podemos (e devemos) tudo fazer
Para ludibriar ou melhor dizendo, conseguir retardar, a chegada desse negro dia.
E talvez para isso;
Seja necessário (por exemplo) não ter-mos vergonha de vestir a pele de altruístas
E mesmo que ela, nos dê uma simplória imagem aos olhos da nossa cínica sociedade
Aquilo que de facto interessa ou é, valorizado aos olhos das comunidades desfavorecidas 
Não é ter uma cínica imagem retocada aqui e ali, por falsos impulsos de solidariedade
Mas sim, um belo e transparente rosto, que transmita a sinceridade necessária
Aquando do tão nobre acto;
De darmos tudo aquilo, que nós tenhamos possibilidades de partilhar com os outros
E assim, enquanto realizamos esta nobre partilha, dificilmente o nosso pensamento
Terá tempo que sobra para se dedicar a lamentos ou outro tipo de preocupações.
E quiçá;
Estejamos inconscientemente desta forma, a driblar as voltas ao nosso destino
Retardando assim a inevitável chegada do seu então, tão implacável vendaval.
Nós;
Em geral, bem que poderíamos seguir este meu modesto conselho e talvez assim
Conseguiríamos viver em harmoniosa felicidade a um ritmo quase contínuo e moroso
Mas…
Esqueci-me de mencionar que na nossa maravilhosa árvore da vida, existe um ramo
Conhecido por “Instinto de sobrevivência” o qual, a maioria de nós infelizmente…
Faz uma interpretação muito errada da objectividade desta crucial frase sendo que;
Na minha modesta opinião (ao contrario de outras) não julgo ser de todo necessário;
Ter de extorquir, espezinhar, ferir, difamar, raptar ou atacar mortalmente ninguém
Para que um ser-humano neste mundo, consiga sobreviver ou simplesmente, feliz ser!


apollo_onze

Sem comentários: